Escritora, lavradora, contista, romancista, cozinheira, empregada doméstica, catadora de papel, poetisa, sambista... Carolina Maria de Jesus teve uma vida multifacetada.
Apesar da história triste, da miséria, da fome e situação degradante que ela viveu, por outro lado Carolina teve muita força e resistência. Um universo de riqueza cultural, dignidade e soberania.
SEGUNDA-FEIRA - 11/05
Carolina de Jesus foi homenageada no projeto "Donas da rua da arte". A ideia desse projeto foi destacar mulheres que inspiram outras, e reforçar a autoestima de meninas de todo o Brasil.
"Leitura do mundo, leitura das palavras." As letras estão por toda parte. O processo de perceber que vogais e consoantes estão na vida, envolve educar também o olhar, na própria rotina da família. Livros, revistas, embalagens, estampando blusas... Não é sobre memorizar as letras, é sobre se interessar por elas e perceber que elas buscam falar de algo. Antes das letras e das palavras, vem o olhar que percebe o mundo.
Carolina Maria de Jesus, mulher apaixonada por literatura, pelas palavras, através dos livros ultrapassava a favela, ganhava mundos, retratava vida real e construía fantasias. Ao olhar para trás, é inspirador conhecer a história dessa autora que viveu boa parte de sua vida na favela do Canindé, sustentanto a si mesma e seus três filhos como catadora de papel.
"Conhecer e honrar as guerreiras do passado é uma das formas de cultivar um futuro mais justo..."
PROPOSTA PEDAGÓGICA
Vamos ter na literatura uma aliada nesse momento difícil. Trazer o hábito da leitura é algo que podemos aprender com a biografia de Carolina de Jesus. Abaixo seguem dicas de plataformas onlines com livros infantis gratuitos que podem ser lidos em casa.
> > LIVROS INFANTIS ONLINE <
1 - Escolha um livro junto com a criança e inicie uma leitura com atenção e criatividade. Após a leitura, conversem um pouco sobre ela, de forma descontraída. Quais fantasias podem surgir da leitura?
A pró escolheu esse livro:
Encontrei ele aqui -> (A MENINA DAS ESTRELAS)
Fiz estrelas com a caixa do leite e, agora mesmo nesses dias de chuva, vejo estretas na minha janela.
2 - BRINCANDO COM LETRAS
Na proposta de hoje, queremos trazer sugestões de atividades lúdicas com letras.
BOLICHE:
- UAU! VOCÊ DERRUBOU 3 (a letra D de Dendê, B de Bolo e A de Acarajé), PARABÉNS!"
Boliche auxilia também nos processos cognitivos matemáticos, nas noções de espaço e na lateralidade. Através dessa brincadeira, enquanto tem acesso às letras, as crianças (principalmente dos grupos 4 e 5) vão aprendendo a reconhecê-las.
* O material usado para criar o boliche pode ser de acordo com algo que a família consome. Outra dica é a pescaria com letras.
Outra forma de trabalhar o alfabeto (Grupo 4 e 5) é colar as letras em tampinhas de garrafa pet ou pedacinhos de papelão para montar a sequência junto com as crianças.
Cantando fica muito mais divertido:
TERÇA-FEIRA - 12/05
Algo que fazia parte da escrita de Carolina de Jesus é a sua consciência política e social. Ela sabia da sua condição e das injustiças da vida que levava. Mas o que também é possível ver é um predomínio da religião Cristã. "Deus não a abandonava. Dava-lhe coragem para luta de cada dia. Tinha sonhos e visões encantadas que lhe aqueciam a alma poética."
"EU DORMI E TIVE UM SONHO MARAVILHOSO. SONHEI QUE ERA UM ANJO. MEU VESTIDO ERA AMPLO. MANGAS LONGAS CÔR DE ROSA. EU IA DA TERRA PARA O CÉU E PEGAVA AS ESTRELAS NA MÃO PARA CONTEMPLÁ-LAS. CONVERSAR COM AS ESTRELAS. ELAS ORGANIZARAM UM ESPETÁCULO PARA HOMENAGEAR-ME..." (trecho do diário de Carolina de Jesus/ dia 2 de setembro)
PROPOSTA PEDAGÓGICA
1 - Contar o sonho de Carolina para criança e solicitar que faça um desenho inspirado por ele. Oferecer lápis coloridos para compor esse espetáculo em homenagem a ela.
Na atividade xerocada que enviamos, colocamos a proposta de colorir usando o sonho de Carolina como inspiração.
A atriz Claudia de Moura conta que nas quermesses a impediam de fazer o papel de anjo nas apresentações porque "não tem anjo preto no céu." "Os anjos de Deus são brancos até hoje" diz Paulina Chiziane, escritora moçambicana.
Vamos ler um livro juntos?
O livro que a pró escolheu hoje foi esse: AS BONECAS DA VÓ MARIA
VOVÓ MARIA TEM CARA QUE DÁ MUITO DENGO.
QUE BONECAS LINDAS!
2 - Para nossa segunda proposta primeiramente vamos assistir um vídeo juntos.
A MENINA E O TAMBOR
O MUNDO E OS SONS
Já ouviu o som do coração? Que tal colocar a mãozinha no peito e sentir as batidas.
1 - Produzindo sons com o próprio corpo (Vídeo Sugerido):
Para antecipar a atividade apresentar canções que potencializem a escuta dos sons do corpo. Como o Grupo sugerido no link acima.
O adulto deve iniciar criando sons e convidar a criança para participar.
(Objetos sonoros como pulseiras ou tornozeleiras com pequenos guizos, sinos, tampas de latas de alumínio ou plástico) para tornar esse momento mais rico.
2 - Opção com material reciclável.
Se houver material em casa, cabe criar o instrumento e permitir que a criança explore.
3 - Usando baldes e colheres para batucar. Simples e também muito divertido.
Observar outras formas de produzir som, como usando somente as mãos, ou variando entre mão e colher, para bater. Brincar com diferentes intensidades (alto, baixo, fraco, forte).
QUARTA-FEIRA - 13/05
DENGO
O avô de Carolina de Jesus era de origem Bantu (grupo étnico africano que teve participação expressiva na formação do povo brasileiro).
Várias palavras do português falado no Brasil têm origem africana.
DENGO. Segundo os dicionários, a palavra significa "lamentação infantil", "manha", "meiguice". Contudo, a palavra de origem banta (atualmente Congo, Angola e Moçambique) e língua quicongo tem um sentido mais profundo e ancestral.
PROPOSTA PEDAGÓGICA
1 - (Para todos os grupos)
Vamos escutando a música e acompanhando os movimentos:
A escola é um ambiente de dengo. Do momento da chegada e acolhimento ao momento da despedida e retorno para casa. Como nesse momento não podemos compartilhar do nosso afeto e carinho, é importante que em casa, nas práticas diárias, tenhamos essa sensibilidade.
"A palavra dengo conjuga em seu interior a palavra chamego, é a família preta em celebração do quilombo íntimo, é a África na origem, o sopro da criação original no ouvido a trazer placidez e beleza ao coração"
Nossas influências e ligações com África ultrapassam nossas palavras e está na dança, nos ritmos brasileiros, na origem de instrumentos. Está no colorido dos tecidos e contas. Hoje vamos ouvir a contação da história de uma refugiada congolesa, que sente saudade da sua casa.
A MENINA QUE ABRAÇAVA O VENTO
A MENINA QUE ABRAÇAVA O VENTO
Vamos ler um livro juntos?
O livro que escolhi hoje foi esse:
Você pode encontrar esse livro aqui -> MEU AMIGO ROBÔ
Compartilha conosco a foto do seu brinquedo favorito?
QUINTA-FEIRA - 14/05
Na época em que trabalhou na casa do médico Euryclides de Jesus Zerbini, precursor da cirurgia de coração no Brasil, que tinha em sua casa uma biblioteca, Carolina Maria de Jesus, leitora voraz, preferia passar seus dias de folga entre os livros.
Para ela, a leitura era algo necessário e, apesar da miséria em que vivia, sempre encontrava uma forma de prosseguir com esse hábito: "Peguei uma revista e sentei no capim, recebendo o raio solar para aquecer-me. Li um conto. Quando iniciei outro surgiu os filhos pedindo pão" (Fonte)
"Enquanto escrevo vou pensando que resido num castelo cor de ouro, que reluz na luz do sol. Que as janelas são de prata e as luzes de brilhantes. Que a vinha vista circula no jardim e contemplo as flores de todas as qualidades. É preciso criar esse ambiente de fantasia para esquecer que estou na favela."
Crianças gostam muito dessa "brincadeira". Na fantasia pequenas meninas são grandes médicas, cozinheiras, escritoras, são astronautas e super heroínas capazes de salvar o universo. Nesse brincar a criança interage com o mundo à sua volta.
"Traz para a criança amadurecimento social, emocional, físico e intelectual. Quando ela brinca, representa papéis, cria interações e enredos"
(Todos os grupos)
1 - Separar objeto dourado, objeto prateado e papel e giz colorido.
2 - Criar um castelo!
Encontrar um ambiente confortável e que tenha espaço para a criança e o adulto que estará na atividade. Usando um lençol, ou pano grande criar uma espécie de cabana, como no exemplo abaixo:
2 - Primeiramente o adulto vai entrar na cabana e falar sobre o castelo, usando a fantasia de Carolina: "Venha conhecer o meu castelo cor de ouro (mostrar objeto dourado), que reluz na luz do sol. Aqui ao fundo tem janela cor de prata (mostrar objeto prateado)...
Deixar que a criança explore sua própria fantasia, tornando a atividade mais atraente para ela.
3 - "Acho que esse castelo poderia ter um jardim com flores diversas. Vou fazer um jardim bem bonito."
Vamos explorar a imagem do girassol, a flor amarela, que acompanha a luz do sol.
- O adulto pode desenhar e a criança ajudar a colorir.
- Ela pode desenhar algumas flores e o adulto outras.
- Dependendo do recurso que houver em casa, a flor pode ser trabalhada de diferentes formas.
Na escola nós aproveitamos a luz do sol que entrava pela janela, para ser uma flor ao sol.
HÁ VÁRIAS FLORES QUE TEM COR AMARELA
SERÁ QUE EM CASA CONSEGUIMOS ENCONTRAR OBJETOS AMARELOS?
ROUPA, BRINQUEDO, POTES...
VAMOS PROCURAR?
SEXTA-FEIRA - 15/05
DIA INTERNACIONAL DAS FAMÍLIAS.
No dia 15 de maio, comemora-se o Dia Internacional das famílias. Esse dia foi definido em 1993, em deliberação da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Em várias partes do mundo nesse dia há conferências e celebrações para discutir e traçar projetos para o futuro da instituição familiar.
A família é o primeiro grupo de relações no qual um indivíduo interage entre si.
José Carlos, João José, Carolina de Jesus e Vera Eunice.
A família de Carolina Maria de Jesus se assemelha a muitas famílias do Brasil, em que a mulher é o centro do núcleo familiar, são chamadas monoparentais. É a mulher como responsável pelos filhos. Carolina, mulher forte e independente, disse que enfrentava qualquer espécie de trabalho para manter os filhos.
A família de Carolina Maria de Jesus se assemelha a muitas famílias do Brasil, em que a mulher é o centro do núcleo familiar, são chamadas monoparentais. É a mulher como responsável pelos filhos. Carolina, mulher forte e independente, disse que enfrentava qualquer espécie de trabalho para manter os filhos.
Uma família é como uma floresta, quando você está do lado de fora é densa, quando está dentro, vê que cada árvore tem seu lugar" (Provérbio africano)
Construir com massinha de modelar as pessoas que constituem a família.
Vamos aproveitar esse dia para fazer massinha caseira juntos.
É uma atividade que eles adoram e pode envolver toda a família.
1 - Preparar os ingredientes:
- Meia xícara de sal
- 2 xícaras de farinha de trigo
- 1 xícara de água
- 3 colheres de óleo.
- Anilina (corantes)
Quando a criança estiver com a mão na massa, misture junto com ela até ficar ideal (nem grudenta, nem tão seca).
Para tingir a massinha, caso não tenham corante em casa, ao invés da água pode ser café (a bebiba, em temperatura ambiente), ou suco em pó (diluido na água que será usada para massinha).
Depois é o momento de exploração. Comece falando sobre os membros da família e inicie a criação. Peça que a criança faça ela mesma e juntos pensem nas pessoas que fazem parte da família.
Ofereça utensílios para ampliar as possibilidades: rolo, colher, palitos...
Trabalhar partes do corpo, como membros superiores e inferiores.
Exemplo: Vou fazer os 2 braços. Agora as 2 pernas.
Compartilha conosco as fotos da sua família!
Mesmo ainda não reconhecendo letras e lendo palavras, a criança observa imagens e imagina através do que vê. Criar oportunidades para que ela possa iniciar a leitura através de pequenos estímulos. Ter a atenção da família é muito importante. Eles se sentem importantes e se percebem especiais.
Alícia está em casa mas mostrou que está caprichando nas atividades!
Abaixo segue uma sequência em que eles brincavam de faz de conta.1 - Caetano prepara com seu pote e palitinho um alimento bem gostoso. Geovana pede para ser servida do suco, preparado por Karen e Daphny observa, aguardando a sua vez.
2 - Karen serve o suco. Daphny, segurando seu copo rosa, ainda aguarda sua vez de ser servida. Caetano mexendo e mexendo a comidinha, observa e parece que ainda não está pronta.
3 - Geovana e Daphny experimentam. Karen observa e Caetano observa o palitinho, parece que está finalmente pronto. Hmmmm, será que está bom?
4 - Daphny fez uma expressão facial em relação ao suco. Geovana queria mais um copo, Karen serve-lhe mais. Caetano derrama no palitinho, hora dele experimentar!
Karen, qual o sabor do suco? Ah! Aquela fruta da cor AMARELA? Posso beber também?Será que dá para 3 copos? (contando 1, 2, 3).
E assim, no brincar, trabalhamos cores, números, quantidade, entre outros conhecimentos. Assim é gostoso fazer as atividades.
Estamos com saudades. Compartilhem conosco como estão as brincadeiras em casa!