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segunda-feira, 20 de julho de 2020

IDENTIDADE

"Impressionava-me desde pequena essa cor parda. Como seria essa tonalidade que me pertencia? Eu não atinava qual seria. Sabia sim, sempre soube que sou negra." (Conceição Evaristo. Durante o I Colóquio de Escritoras Mineiras, realizado em maio de 2009, na faculdade de Letras da UFMG)

Sabemos que na primeira infância tudo que os pequenos convivem e acessam tem contribuição na sua ideia de família, teorias de mundo e sociedade. Como a criança ainda não filtra o que chega até ela, nem reflete por si só,  são os adultos que conduzem nessa aprendizagem. É importante pensarmos, como responsáveis nesse processo contínuo de formação, no que falamos e apresentamos de modo a favorecer na autoestima.

Em entrevista, a escritora Djamila Ribeiro disse: "Fui afetada pelos padrões hegemônicos e eurocêntricos que fazem a criança não se sentir pertencida. Acho que pertencimento é a palavra-chave. Imagine crescer em um mundo no qual as pessoas como você são colocadas como sub-humanas, feias, não aceitáveis. Esses padrões são totalmente nocivos para a construção da autoestima da criança negra e por isso é importante outros referenciais, entender que pessoas negras também pensam o mundo e que fazem parte da construção da sociedade." (FONTE)



SEGUNDA-FEIRA - 20/07
A família é fundamental para autoestima de uma criança. Se sentir valorizada é fundamental para autoconfiança. Faz muita diferença para criança (e não somente) ter incentivo entre os membros da família inclusive na valorização a sua aparência. Um elogio da mãe, do pai, dos avós... pode ser um abraço ao acordar.

Todas as tardes, antes do início de nossas atividades, nós cantamos uma canção que diz assim: "Boa tarde! Boa tarde! Tudo bem com você? Eu estou contente em te ver!" 

Saber que é bem vindo, querido faz um acolhimento. Elogie sua criança. Diga-lhe sempre como é amada pela família. Diga como ela é linda!

PROPOSTA PEDAGÓGICA 
(GRUPO 4 E 5) Vamos conhecer a história "O lápis cor de pele do menino marrom": 
1 - A história conta que o menino vivia desenhando. Vamos ilustrar os fatos ocorridos utilizando as variadas cores que representam os personagens.
2 - Jogo das cores. Com papelão e círculos coloridos, para construir com as crianças.
VÍDEO - JOGO DAS CORESO momento de construção desse jogo pode ser aproveitado para trabalhar também noções matemáticas, estimular o raciocínio lógico, por meio da memorização das cores apresentadas, a observação das formas, contagem das peças que serão utilizadas, a quantidade de círculos, por exemplo.

Outra história bem legal é "A COR DE CAROLINA"

PROPOSTA PEDAGÓGICA 2 ARTES VISUAIS COM GEOTINTAS.
( TODOS OS GRUPOS )  Vamos pintar uma menina com a linda cor de Carolina.
Para essa atividade de pintura, faremos uma tinta natural com café. Vamos precisar somente do pó de café, cola branca e água. Na receita, a mesma quantidade de água, será usada de cola branca, de modo que a família pode decidir a quantidade de tinta. A variação na tonalidade marrom, vai depender da quantidade de  pó de café, podendo ser mais ou menos escura.
O modo de fazer é bem simples. Em um recipiente coloque o pó de café e a água, misture até dissolver bem. Depois, acescente a cola e misture novamente.
Para criar o desenho, o adulto deve iniciar desenhando cabeça, braços e assim por diante.
Do pó de café resulta na cor marrom, do urucum vem cores alaranjadas, do açafrão amarelos. O processo de produção de tinta artesanal é simples e divertido. Para criança, o processo de mexer e ver a cor surgindo é uma ótima maneira de explorar relações de causa e efeito.
As artes visuais incluem a expressão por meio do desenho, da pintura, da gravura... Apesar de estimular principalmente o sentido da visão, podem envolver outros como o tato e o olfato. 
Uma forma diferente de explorar a pintura é usando tecidos. Que tal usar uma blusa velha e clara para deixar que a criança possa usar esse marrom em uma superfície diferente.

TERÇA-FEIRA - 21/07
"Uma noite, há anos, acordei bruscamente e uma estranha pergunta explodiu de minha boca. De que cor eram os olhos de minha mãe? Atordoada custei reconhecer o quarto da nova casa em que estava morando e não conseguia me lembrar como havia chegado até ali. E a insistente pergunta, martelando , martelando... De que cor eram os olhos de minha mãe? Aquela indagação havia surgido há dias, há meses, posso dizer. Entre um afazer e outro, eu me pegava pensando de que cor seriam os olhos de minha mãe. E o que a princípio tinha sido um mero pensamento interrogativo, naquela noite se transformou em uma dolorosa pergunta carregada de um tom acusatório. Então, eu não sabia de que cor eram os olhos de minha mãe?

PROPOSTA PEDAGÓGICA A COR DOS OLHOS.
(Todos os grupos)
1 - Solicitar que a criança olhe-se no espelho e observe seus olhos bem de perto. Observar junto e aproveitar para olhar-se (o adulto) e admirar também sua própria imagem. Esse é um ótimo momento para falar dos olhos bonitos, refletidos no espelho. 

(Grupos 3, 4 e 5) 
2 - Brincadeira "Espelho". Ficar de frente com outra pessoa, onde, uma será o espelho da outra. Enquanto um faz movimentos, o "espelho" reproduz todos os movimentos que a pessoa que está frente fizer. (Se abraça, faz carinho no seu próprio rosto, gira, pula...) Explore movimento e divirtam-se!


3 - Observar a cor dos olhos dos membros da família que estiverem em casa. Construir olhinhos de diferentes cores, por meio do desenho e na dobradura, como no modelo abaixo.

Oficina de olhos: CRIANDO OLHOS DIVERTIDOS

(Grupos 1 e 2) Com brinquedos variados, que possuam olhos, boca e nariz, vamos observar os olhos e indagar sobre eles. Se são grandes, pequenos, se os olhos estão abertos ou fechados. Observar diferenças e semelhanças nos olhos dos brinquedos. 



Na escola, nossas atividades sempre envolver música e movimento. Uma forma também de aprender sobre o corpo é através da música e da dança. Vamos cantar e fazer os gestos para que a criança imite, porém, variando entre cantar rápido e bem lendo. 

"Cabeça, ombro, joelho e pé. Olhos, ouvidos, boca e nariz..."

Por falar em movimento e em dança, vamos ouvir Nana e Nilo em O Jongo do Tongo.

QUARTA-FEIRA - 22/07
Também inspirado por trechos do livro "Olhos d'água", de Conceição Evaristo.
"Às vezes, no final da tarde, antes que a noite tomasse conta do tempo, ela se assentava na soleira da porta e, juntas, ficávamos contemplando as artes das nuvens no céu. Umas viravam carneirinhos; outras cachorrinhos; algumas gigantes adormecidos, e havia aquelas que eram só nuvens, algodão doce. A mãe, então, espichava o braço que ia até o céu, colhia aquela nuvem, repartia em pedacinhos e enfiava rápido na boca de cada uma de nós."

PROPOSTA PEDAGÓGICA Nuvens

Nossa ancestralidade aprenderam através da observação e manipulação dos elementos da natureza, como sermos pessoas melhores. 

Observar o céu é o primeiro passo para um constante e contínuo aprendizado. Observando a natureza a criança faz sua primeira leitura de mundo, aprende sobre ciclos, ritmos,  fluxos vivos e processos dinâmicos. Cabe, dentro desse processo de aprendizagem, encontrar com o lúdico e a fantasia.

Primeiramente, busque um local em casa que ofereça visão do céu e convide a criança para observar as nuvens. Juntos, enquanto observam, mostre como o céu é grande, como nele tem colorido, e como as nuvens parecem com o algodão.

(GRUPO 1 e 2)
1 - Promover a exploração com algodão: Dentro e fora; Enchendo e esvaziando; Apertando e comprimindo. 

Se o clima permitir, com uma bacia de água deixe que essa exploração com o algodão possa ser ampliada com as possibilidades que a junção com a água oferece (afundando, sacudindo, apertando etc).
(Obs.: É importante sempre a supervisão, para que não leve o algodão à boca)

 Que tal criar uma história que a nuvenzinha está cheia de água e vai chover?
Pra ajudar a imaginação, conheça a história:
 NUVENZINHA TRISTE

2 - Arte com pregador, algodão e tinta.
Para essa atividade podemos usar o azul, pensando na cor do céu.

PROPOSTA PEDAGÓGICA Faz de contas
(GRUPO 3, 4 E 5)
Vamos estimular a criatividade por meio da brincadeira.

Como narra Conceição, ao olhar para as nuvens imaginava até gigantes...
Vamos ouvir uma história sobre gigantes
Referente a história, vamos desenhar o pé de feijão com colagem de algodão, grãos de feijão e folhas.


QUINTA-FEIRA - 23/07

 Também inspirado por trechos do livro Olhos d'água, de Conceição Evaristo.
"Nessas ocasiões a brincadeira preferida era aquela em que a mãe era a Senhora, a Rainha. Ela se assentava em seu trono, um pequeno banquinho de madeira. Felizes colhíamos flores cultivadas em um pequeno pedaço de terra que circundava o nosso barraco. Aquelas flores eram depois solenemente distribuídas por seus cabelos, braços e colo. E diante dela fazíamos reverência à Senhora. Postávamos deitadas no chão e batíamos cabeça para a Rainha. Nós, princesas, em volta dela, cantávamos, dançávamos, sorríamos."

PROPOSTA PEDAGÓGICA FAZ DE CONTAS

A brincadeira do faz de contas começa com um acessório diferente, um convite para imaginar ou com objetos que simbolizem personagens para brincar. Na escola, antes das atividades, preparamos os objetos e deixamos que eles explorem, primeiramente. Observamos que naturalmente eles buscam criar com o que encontram.  Assim, um pedaço de tecido logo vira uma capa, um rolo de papel higiênico imediatamente um binóculo, e até uma mandioca, facilmente, com a riqueza da imaginação infantil, se torna um boneco que dança e se mexe.

Para o nosso faz de contas, vamos usar a inspiração do trecho do livro Olhos d'água e pensar em uma rainha, a mãe, rodeada de flores, canto, dança e sorrisos.

Separar previamente alguns brinquedos, flores artificiais ( pode ser naturais, caso seja possível colher), ou criar junto com a criança, enquanto imagina essa rainha mãe, reutilizando materiais para criar esse reinado.

Construir castelos e dar vida para essa história!

Para ouvir a história RAINHAS - DA AUTORA LADJANE ALVES SOUZA
Quem são suas rainhas?
Abrace bem forte e diga sempre como são especiais!
Lembrando do trecho do livro de Conceição Evaristo que fala "colhíamos flores cultivadas em um pequeno pedaço de terra que circundava o nosso barraco. Aquelas flores eram depois solenemente distribuídas por seus cabelos..."
Observamos traços culturais de diferentes povos que, de maneira única, usam itens da natureza na riqueza cultural de seu povo. Faz parte de nossa ancestralidade cultuar a natureza, reconhecer e fazer parte de toda essa beleza.
"As flores eram e são a verdadeira e maior concentração da força vital numa planta". 


SEXTA-FEIRA - 24/07
No dia 25 de julho é comemorado o Dia Internacional  da Mulher Negra Latino-americana e caribenha, reconhecida pela ONU em 1992.  No Brasil, a Lei nº 12.987/2014, foi sancionado como o Dia nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Tereza de Benguela foi uma líder quilombola. Essa é uma data em que mulheres negras e indígenas e de comunidades tradicionais refletem e fortalecem as organizações voltadas às mulheres negras e suas diversas lutas.
Em "Insubmissas lágrimas de mulheres" encontramos 13 contos, cujas histórias têm como protagonistas mulheres negras. De dentro da cena, vozes-mulheres explicam suas dores, anseios, temores, mas, antes de tudo revelam a imensa capacidade de inventarem modos de resistência. "É um livro que retrata temas intensos e assustadores de forma sensível. É uma obra que exemplifica o trabalho delicado de Conceição Evaristo"

PROPOSTA PEDAGÓGICA 1 BELEZA NEGRA
Vamos homenagear e valorizar a beleza de todas as mulheres negras e a diversidade cultural.

Vamos conhecer um pouco sobre turbantes, família:
Para além da estética e da moda, o turbante tem valor, respeito e é identidade.  
(Foto de 2019, da nossa atividade sobre turbantes)

(GRUPO 3, 4 E 5) Pesquisar imagens de mulheres negras com turbantes e vivenciar com a criança diversas possibilidades de turbantes, de forma divertida, com os tecidos disponíveis em casa.

Produzir pinturas ressaltando a beleza negra por meio da pintura, carimbo de mãos. Recortar formatos de roupas com retalhos de tecido ou papel colorido para colar sobre o desenho. Deixando o desenho bem bonito!
DIA DO ESCRITOR!
O Dia do Escritor é comemorado anualmente, no Brasil, no dia 25 de julho.
Por falar em escrever, vamos fazer nossas garatujas.

As garatujas são os desenhos ainda desordenados que as crianças fazem, ainda sem consciência do que o movimento com o lápis gera. Todo o corpo acompanha o movimento enquanto faz o desenho. Faz figuras abertas (linhas verticais ou horizontais) em movimentos de vai e vem.
Estimular a criança a desenhar, desde pequena, é importante para ajudá-la a se expressar. O desenho também é uma maneira de perceber como está o desenvolvimento dos pequenos, nas diferentes etapas da infância.

PROPOSTA PEDAGÓGICA 2 GARATUJAS
(GRUPO 1 E 2)
Vamos precisar de uma folha de papel em branco para criança e uma para o adulto responsável pela atividade. Deixar lápis de diferentes cores, canetinhas ou giz de cera, para serem explorados.
O adulto vai começar a desenhar e escrever sobre as grandes mulheres negras da família, ou referências para a família. Pode ser alguém que seja especial para criança (mãe, avó, tia, madrinha...) Pensar nas qualidades e nos bons ensinamentos que essa pessoa traz para família. Enquanto escreve, o adulto narra as palavras que escreve, convida a criança para também fazer seus registro, de modo espontâneo. 
Esse desenho garatuja vai ficar na geladeira ou em algum lugar de destaque pelo final de semana como uma homenagem.

Abaixo, em nosso mural, homenageamos algumas de nossas escritoras!

Dia 18 de julho é um dia especial. É a data do nascimento de Nelson Mandela. 
Considerado como o mais importante líder e aclamado internacionalmente por seu ativismo. Recebeu mais de 250 prêmios e condecorações, incluindo o Nobel da Paz, em 1993. Na escola, comemoramos de forma bem divertida (e saborosa também) essa data especial. Todos querem participar da festa em homenagem à Mandela! Viva a MANDELA!
DIA INTERNACIONAL NELSON MANDELA


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