Esse mês de novembro vamos dedicar nossa atenção para conhecer parte da história de Maria Gregória, que dá nome e propósito à nossa escola. Novembro é o mês do seu aniversário e também dedicado à consciência negra. Vamos pensar a família e o serviço comunitário do cuidado e dedicação como agente de união, fortificação e aprendizagem.
Nasceu em Alagoinhas, dia 28 de novembro de 1939, na comunidade quilombola Cangula. Filha de Alfredo e Maximiana. Ia, como era chamada pelos amigos e familiares, foi uma mulher simples; tanto no vestir, como no falar, como no viver. Mãe dedicadíssima, esposa idônea e boa amiga.
Trabalhou como doméstica em casa e na casa de famílias. Muito caridosa, atendia a todos os pedidos das mães que precisavam de alguém para cuidar dos seus filhos
Ia foi quem cuidou dos seus 10 irmãos, auxiliando também na educação e criação, pois sua mãe, ao morrer, deixou todos pequenos e um bebê de oito meses. Ao todo foram 18 crianças, filhos e irmãos, que passaram pelos cuidados e carinho de Maria Gregória.
Há um provérbio africano que diz "É preciso uma aldeia inteira para se educar uma criança". Esse provérbio nos leva a pensar que, além da família, todo uma comunidade é responsável por uma criança. Maria Gregória é o nome da nossa escola comunitária mas também o nome de uma mulher que se fazia presente na educação das crianças ao seu redor. Esse legado segue em forma de instituição educacional como um compromisso sagrado da sua alma caridosa e gentil.
MARIA GREGÓRIA DOS SANTOS, PRESENTE!
TERÇA-FEIRA - 03 DE NOVEMBRO
CONHECENDO MARIA GREGÓRIA
Observando fotografias podemos aprender muito. Podemos encontrar nossa herança, através da história que nossos traços carregam. Podemos nos reconhecer na semelhança e aprender também sobre o tempo; o passado e o presente.
Na proposta de hoje apresentamos as fotografias de Ia (Maria Gregória) em diferentes épocas de sua vida. O que podemos observar?
PROPOSTA PEDAGÓGICA 1: O TEMPO FOTO GRAFADO
1 - Separe fotografias da criança em diferentes fases; a mãe ainda grávida, depois a criança bem mais nova que atualmente e faça uma espécie de "álbum do tempo".
2 - Separe também fotografias de pessoas mais velhas da família e se possível monte também uma sequência.
3 - Mostre a fotografia de Maria Gregória. Converse com a criança sobre sua história (usando o que você, responsável pela atividade, conheceu através do que contamos acima, sobre ela). Use uma linguagem que a criança entenda. Você pode dizer inclusive que Maria Gregória é mãe de Beth, a diretora da nossa escola (como a criança conhece Beth, isso pode ajudar a se familiarizar e trazer o interesse).
4 - As três fotografias são da mesma pessoa. Uma ela está mais nova e ela foi mudando com o tempo. Tudo muda com o tempo.
(Leia o poema)
OS DIAS PASSAM. O SOL NASCE E SE DESPEDE. ACORDA E ADORMECE. COM A SUA LUZ AS SEMENTES GERMINAM E COM O TEMPO AS PLANTAS FLORESCEM. NO CICLO DA VIDA, NÓS TEMOS O CLIMA E AS ESTAÇÕES DO ANO. ASSIM TAMBÉM NÓS SEGUIMOS CAMINHANDO.
5 - Que tal plantar uma sementinha e ir observando o tempo dela? Registrar por meio da fotografia e ir acompanhando esse desenvolvimento?PROPOSTA PEDAGÓGICA 2:
(Voltada mais aos Grupos 4 e 5)
Sobre o NOME da escola, podemos iniciar com o questionamento; qual o nome da sua escola? Por que você acha que a escola tem esse nome?
Essa também é uma boa oportunidade para aprender a escrita do nome da instituição. Auxilie as crianças nesse processo. O adulto pode escrever com letra de forma o nome e a criança pode, por exemplo, tentar encontrar as mesmas letras em revistas ou jornais e, depois, com auxilio, montar e colar.
Tem alguém na família; na comunidade, do convívio da criança, que também tem um legado? Com base nisso, podem ir complementando o diálogo.
Em nossa escola, temos um quadro na parede com a imagem de Maria Gregória (Ia) e Melquíades (Mel) com lindos sorrisos.
Vamos reproduzir esse quadro por meio do desenho. Capriche!
Depois compartilhem conosco, para que possamos colocar em nosso mural!
QUARTA-FEIRA - 04 DE NOVEMBRO
COMUNIDADE QUILOMBOLA CANGULA
Na fotografia está Maria Gregória e Gilberto (que nasceu lá), no Cangula.
Ao lembrar do Cangula, os filhos de Maria Gregória resgatam lembranças de momentos simples e significativos. Como quando ficavam reunidos, em comunidade, compartilhando jaca. "Ficávamos todos juntos, comendo e conversando." Riam e compartilhavam dos pensamentos e vivências de estar passando momentos de lazer ao lado dos avós, tios e primos. Nas festividades da "Queima de Lapinha" e outras também da influência católica na comunidade, compartilhavam também de canções e costumes. "Queimando a palha sagrada..." cantou um dos filhos, lembrando da música cantada na festividade.
Para a pesquisadora Beatriz Nascimento (que chegamos a conhecer em março em sala) "O quilombo é um avanço, é produzir ou reproduzir um momento de paz. Quilombo é um guerreiro quando precisa ser guerreiro. E também é recuo se a luta não é necessária. É uma sapiência, uma sabedoria. A continuidade de vida, o ato de criar um momento feliz, mesmo quando o inimigo é poderoso, e mesmo quando ele quer matar você. A resistência. Uma possibilidade nos dias de destruição." (Quilombo: em Palmares, na Favela, no Carnaval"; 1977.)
Aprendemos com Beatriz Nascimento a pensar o Quilombo como um espaço nosso, feito por nós para nos acolher e suprir nossas necessidades, inclusive de ser e estar em família.
Beatriz Nascimento nos faz pensar o quilombo por novos olhares. Nos faz olhar para as comunidades, favelas e espaços urbanos de resistência e continuidade de vida, como uma possibilidade de avanço.
Hoje, em nossa atividade, vamos pensar no CANGULA e nas formas de utilizar a agricultura como fonte de sabedoria. Como coloca a matéria do jornal A TARDE de outubro de 2020, "Transformar o conhecimento passado de geração para geração, sobre uso de plantas medicinais, em uma iniciativa capaz de gerar renda".
Link do projeto realizado no CANGULA - > PROJETO FARMÁCIA VERDE
O uso das plantas faz parte da história de Maria Gregória, e vamos conhecer mais sobre isso nas próximas atividades!
PROPOSTA PEDAGÓGICA 1: CASA QUILOMBO
No nosso faz de contas nós criamos um espaço para pensar quilombo. Dançamos, cantamos e pensamos na terra e no plantio. O papel marrom era a semente. A criança teria que deixar ela bem amassadinha e depois colocar ela na "terra", que criamos através de um painel. Pensando quilombo como casa, que tal fazer um momento como na lembrança de Maria Gregória em família e a jaca. Compartilhar juntos de uma suculenta fruta aproveitando esse momento para ouvir e conversar com a criança.
PROPOSTA PEDAGÓGICA 2:
Se possível, apresente sementes de diversos formatos e tamanhos, como por exemplo: de laranja, feijão, milho, melancia, abóbora, limão, girassol, pimentão, arroz, ameixa, etc. Obs.: as sementes devem estar secas para a realização da atividade. Convide a criança para explorar essas sementes, levando em consideração o que observa ao olhar, ao tocar...
É liso, áspero, pequeno, cor escura, clara? Ajude nesse processo de exploração.
Uma dica de arte usando sementes:
(Grupo 5) Outra sugestão interessante é estimular montar com a criança palavras, letras, números, utilizando as sementes.
QUINTA-FEIRA - 05 DE NOVEMBRO
MATEMÁTICA FAMILIAR
Na história de duas pessoas que se amaram, surgem frutos que continuam a carregar a história de uma família, assim como de todo um povo. Mel e Ia, como eram carinhosamente chamados, tiveram oito filhos; sete homens e uma mulher. O mais velho leva o nome do pai, Luiz Melquíades; nasceu 21 de junho de 1960, em Alagoinhas. Após dois anos nasce Gilberto, depois José Carlos (que faleceu), Jorge Luiz, José Carlos (que levou o nome em homenagem ao irmão falecido), depois nasceu Edson e Adailton. Por último Maria Elisabete.
Se pensarmos matematicamente, 2 pessoas se multiplicam e geram 8 vidas, que somam-se a outras e, dividindo amor, continuam nessa matemática afetiva que faz crescer a família.
Para esse dia, vamos pensar os números de uma forma a contar os irmãos, tios, netos, sobrinhos e incluir a criança nessa descoberta matemática familiar.
PROPOSTA PEDAGÓGICA 1: QUANTOS SOMOS?
Com uma fotografia você pode conduzir a criança a pensar quantidade.
Exemplos:
- Mamãe e seus 2 filhos.
- Vovó e seus 3 netos
- Minha tia tem 3 filhos.
- Você tem mais de 10 primos.
Pensar quantidade pode ser em uma atividade sobre contar quantas pessoas aparecem em uma imagem. Trazendo a oportunidade de pensar quem são elas, se a criança conhece, se tem lembranças com aquela pessoa e etc. É também um ótimo exercício para a memória, além de ser muito gostoso de relembrar.
Por exemplo:
- Essa foto foi no casamento do seu tio, o que você pode observar nela? Estão usando roupas claras ou escuras? Estávamos todos muitos felizes! / Aquela outra foto foi no dia do seu nascimento, a vovó deu atenção para as outras mães que estavam lá. Ela é muito atenciosa./ Aquela outra foto foi quando nos reunimos para celebrar o aniversário, juntamos muitos parentes em uma mesma foto, vamos contar?/ Essa última foto nós tiramos de um "print", do celular, pois nos juntamos online para relembrar nossos momentos juntos, foi muito gostoso. Ficamos conversando por horas!
(Esses são exemplos de diálogos que podem surgir observando uma fotografia.)
Nessa atividade matemática queremos que a criança tenha a oportunidade de contar e perceber que os números também existem para expressar a quantidade de algo, inclusive de pessoas que se amam, unidas em um mesmo local.
PROPOSTA PEDAGÓGICA 2:
(voltada mais aos grupos 3, 4 e 5)
Converse com a criança sobre a quantidade de filhos de Maria Gregória (8), sinalizando a quantidade de meninos (7) e meninas (1). Bem como a quantidade de irmãos de Maria (10).
O grupo 4 e 5 podem tentar registrar de forma escrita a quantidade dos irmãos de Maria Gregória. Pensando números sucessores (quem vem depois de 1? E depois do 2? E assim sucessivamente).
Vamos construir uma máquina de calcular com recicláveis? (rolo de papel higiênico, tampinha e garrafa pet)
O fundo da garrafa deve estar vazado para possibilitar as tampinhas caírem, após é só somar/contar a quantidade de tampinhas depositadas na máquina pelo acesso no local dos rolos de papel.
SEXTA-FEIRA - 06 DE NOVEMBRO
DOUTORA FOLHA
Maria Gregória era admiradora e conhecia o poder das plantas. Tinha o hábito de colher folhas, colocá-las para secar e guardava em uma lata. Sempre que alguém precisava de um remédio, ela conhecia um chá que poderia ser útil. A farmácia vinha da terra e o poder curativo estava nas plantas.
No Cangula, em Alagoinhas, a comunidade é incentivada a permanecer valorizando os poderes das plantas
Há iniciativas que oferecem suporte sobre a utilização das ervas para fins medicinais de modo a ajudar a comunidade a empreender.
PROPOSTA PEDAGÓGICA 1:
Converse com a criança sobre a utilidade das plantas/folhas na alimentação, chás, cosméticos e medicamentos.
Se tiver em casa alguma folha, possibilite que a criança explore; possa manusear, cheirar, sentir textura, observar formatos e coloração.
Que tal convidar a criança para tomar um chá. Podemos observar que a bebida tem uma temperatura (trabalhando assim o quente e o frio, por exemplo)
A criança pode trabalhar a motricidade, os movimentos dos dedos, ajudando a separar as folhas do talo, para o preparo da bebida.
A família tem o costume de beber chá ou usar as plantas antes de recorrer à algum remédio farmacêutico? Vocês podem aproveitar a atividade, para conhecer mais sobre o benefício de alguma folha que, já faça parte da rotina da família. Uma folha que está sempre presente é a FOLHA DE LOURO
(Grupo 4 e 5) Pesquisar imagens de folhas utilizadas em chás e construir um pequeno cartaz com imagem e nome. Que tal fazer uma ilustração que fale alguma coisa sobre o benefício da planta? FINALIZAMOS ESSA SEMANA!
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INCENTIVO À LEITURA FAMILIAR
LEMBRANÇA DO MOMENTO QUE INICIAMOS NOSSO AMBIENTE VERDE. HOJE, ALÉM DA PLANTA CONHECIDA COMO "LÍNGUA DE VACA" ESTÁ CRESCENDO MARACUJÁ. SERÁ QUE VAMOS TOMAR SUCO DE UMA FRUTA NASCIDA EM NOSSO CANTINHO VIVO? VAMOS ESPERAR!
UMA ÓTIMA SEMANA PARA TODOS NÓS!
UBUNTU
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